Partidos dão sinais de que pensam em se rebelar contra o Paranaguá
Não é apenas o cidadão comum que vive o clima de "rebeldia" em Ilhéus. Partidos políticos que (ainda) formam a base de sustentação do Palácio Paranaguá também estão se organizando para manifestar insatisfação com o tratamento dispensado pelo governo. A verdade é que a base destes alicerçes jamais foram sólidas. Partidos que apoiaram a atual administração estiveram divididos durante a campanha. "Os apoios chegaram de cima para baixo e causaram insatisfações desde o início do processo eleitoral. Nos sentimos como fantoches", assegura uma liderança que, por enquanto, prefere permanecer no anonimato. "Mas se isso teve, à princípio, um lado ruim, agora existe um aspecto bom. Eles prometeram e não cumpriram e os que mandam em Salvador não perdoam isso", assegura a mesma fonte.
Esta semana, por exemplo, explodiu nas redes sociais a notícia sobre um certo desconforto entre o prefeito de Ilhéus e o presidente do diretório municipal do PTC, Bruno Rosário. O dirigente teria aguardado pelo prefeito, na antesala do gabinete, por três horas e, depois disso, teria deixado de ser atendido. O PTC de Ilhéus pode, até, neste momento, ser considerado "nanico", como comentam insistentemente fontes palacianas, mas a sigla teve um papel fundamental na eleição ao coligar na disputa proporcional com o PCdoB e garantir a eleição de dois "cururus" para a Câmara.
Após a eleição, o então presidente do PTC em Ilhéus, José Victor Pessoa, foi o único agraciado com um cargo. Foi só o tempo de tomar posse no Palácio e pedir para sair da sigla. Mas com uma justificativa. O cargo ocupado, não pertenceria ao PTC. Seria fruto da sua estreita relação pessoal com o prefeito. Bem, se não era dopartido, o PTC quer a sua fatia.
O Jornal Bahia Online detectou também rachaduras nos alicerçes de partidos com uma certa influência na administração municipal. Um deles ainda não rompeu - porque está é, inclusive, a vontade manifestada pela maioria dos seus membros - por conta da força de uma autoridade estadual muito próxima à primeira dama, Adryana Ribeiro. A outra está insatisfeita com a ingerência do prefeito num setor que no primeiro evento realizado pela pasta não contou sequer com um centavo da administração. E teve que buscar recursos fora daqui. O prefeito ainda não teria apoiado, de fato, nenhum evento promovido pela pasta.
Ademais, há interesses de pessoas com forte influência familiar sobre o prefeito, que gostaria de ver a tal pasta trabalhando numa mesma engrenagem da Secretaria de Cultura, onde há um secretária de fato e um secretário de direito. "Tem gente que pode ir fazer turismo bem longe daqui", descreve a fonte ouvida pelo JBO.